De acordo com um estudo do Centro para Pesquisa em Depressão da Universidade do Texas de Southwestern (EUA), a prática de Atividade Física na vida adulta reduz as chances de depressão. Foram analisados dados de aproximadamente 18 mil praticantes de Atividade Física com idade média de 50 anos.
Pode-se explicar a ação da Atividade Física como indutora da sensação de bem-estar e como importante fator de prevenção e de tratamento da depressão com base em três abordagens: bioquímica, psicológica e social. O Doutor em Ciências da Reabilitação pelo Instituto de Reabilitação, Educação Física e Esporte Adaptado de Colônia – Alemanha e Conselheiro do CREF6/MG, Professor Pedro Américo de Souza, comentou os benefícios da prática de exercícios. “As Atividades Físicas provocam reações bioquímicas no organismo, favorecendo a liberação catecolaminas opióides, substâncias como a Dopamina, a Serotonina, a Noradrenalina e as Beta-endorfinas, o que produz um efeito relaxante e analgésico e a sensação de bem-estar e de maior segurança, combatendo a depressão”, explica.
Em um aspecto psicológico, a prática de Atividade Física permite ao praticante a sensação de estar fazendo algo eficaz para a sua saúde física e mental, transformando-o num agente capaz de melhorar o seu estado emocional. “Ninguém vai para uma academia reclamar. As pessoas se mantêm ativas, dão exemplo de energia, capacidade física e disposição. A prática de Atividades Física é uma ação social, muitas vezes realizada em grupo, evitando-se o isolamento que é tão frequente e marcante na vida de pessoas deprimidas ou sem sensação de bem-estar”, destaca Pedro Américo.
A sensação de bem-estar dura até 72 horas após a realização de Atividades Físicas ativas, podendo durar por ainda mais tempo para quem possui hábitos regulares de se exercitar e ocorre após a realização de qualquer prática do tipo, desde que tenham tempo de duração e de intensidade consideráveis.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde – OMS, a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo. O Brasil é o país da América Latina que possui o maior número, 5,8% da população, um total de 11,5 milhões de brasileiros sofrendo desse mal.
A depressão pode ainda resultar no acúmulo de placas nas artérias e aumentar arritmias, gerando doenças cardiovasculares. Assim, o exercício físico continua sendo um importante aliado. “A prática regular de Atividades Físicas favorece uma maior disponibilização de artérias e de arteríolas, dependendo da condição física do praticante, o que contribui acentuadamente para a redução da pressão arterial e alterando positivamente a composição química do sangue, contribuindo para uma menor formação de placas moles e duras nas paredes dos vasos sanguíneos, além de melhorar a função cardiovascular”, destaca o Professor.
O ideal é manter por longos anos a prática de Atividade Física, pois menor será o risco de desenvolver depressão. “Inicia-se com a prática em dois dias. À medida que a pessoa passar a ter mais prazer ou menos rejeição, pode-se pensar em aumentar os dias da semana com Atividades Físicas. Para se tornar um hábito, entre outras condições, é importante que a pessoa sinta prazer, saiba os objetivos da sua realização e que a companhia seja agradável”.