Você sabia que, para este ano de 2018, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é de 700 mil novos casos de câncer? E que, nos próximos 60 segundos, 16 pessoas ao redor do mundo morrerão vítimas de algum tipo de câncer? Mais alarmante ainda: metade das pessoas, ao alcançar a idade de 85 anos, irá falecer em decorrência dessa doença?
Assustador, não?
Não há dúvidas de que a doença é um enorme desafio à saúde pública e que nos exige foco em ações emergenciais de prevenção e controle. Os constantes avanços na medicina permitem a possibilidade de termos tratamentos extremamente eficazes, que envolvem desde a remoção do tumor até o uso de drogas de quimioterapia ou radioterapia com objetivo de liquidar as células cancerígenas.
Infelizmente, a ação desses tipos de tratamento afeta, além das células cancerígenas, as saudáveis também, provocando efeitos secundários relevantes, que vão desde a perda de cabelo à diminuição da imunidade e até efeitos que repercutem diretamente na nossa capacidade de viver com qualidade.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, de 72% a 95% dos pacientes com câncer que recebem tratamento apresentam aumento nos níveis de fadiga, resultando em diminuição significativa da capacidade funcional e perda da qualidade de vida e produção diária. Além de apresentarem dificuldades na respiração, na digestão dos alimentos e até mesmo na vida sexual, entre outros inúmeros transtornos.
Diante de situações assim, sempre surge a pergunta: “Será que vale a pena prolongarmos uma vida com tantas limitações?”
E se existisse um remédio que ajudasse a reduzir esses efeitos negativos? A boa notícia é que existe um medicamento, relativamente de baixo custo, que pode mudar esse cenário. Trata-se da prática regular de exercício físico, que, de forma estruturada, devidamente prescrito e quantificado, pode (e muito) reverter esse quadro, seja na melhoria da qualidade de vida do paciente ou na tolerância aos diversos tratamentos.
Há evidências de que a atividade física pode ser benéfica em três formas de gerir o câncer e seus sintomas.
1) Em primeiro lugar, estudos indicam que o exercício, combinado a práticas de estilo de vida saudável, parece prevenir certos tipos de câncer, como de cólon, de pulmões e de mama. Por esse motivo, os casos de doença ocorrem com menor frequência em pessoas fisicamente ativas. Desde 1985, a Sociedade Americana contra o Câncer propõe desde 1985 a prática de exercícios como prevenção ao câncer.
2) Especificamente para aqueles que já se encontram em tratamento, o exercício fornece benefícios que incluem melhora na função física e alívio da fadiga, náuseas e depressão. Estudos sugerem que a prática regular de exercício físico ajuda no controle de alguns importantes hormônios que seriam estimuladores da propagação das células cancerígenas. Além disso, novos estudos sugerem, inclusive, que exercícios regulares estão associados a uma redução de 10% a 50% do risco de recorrência de um tumor e também aumentam a resposta ao tratamento quimioterápico.
3) E, por último, o exercício permite que as pessoas recuperem suas funções físicas e retornem a um estilo de vida mais saudável e ativo.
Do ponto de vista científico, embora a relação entre atividade física e câncer não esteja definitivamente esclarecida, as informações até agora disponíveis são extremamente contundentes e nos permitem afirmar que todas as pessoas diagnosticadas com alguns tipos de câncer devem investir na prática regular de exercícios com a mesma energia e dedicação com que enfrentam cirurgias e demais formas de tratamentos.
Os benefícios são relacionados aos seguintes fatores:
• Estímulo nos receptores de insulina nas células que combatem o câncer.
• Melhoria na função do sistema imunológico.
• Aceleração no metabolismo do ácido ascórbico.
• Redução da formação e evolução de tumores cancerígenos.
• Regulação dos radicais livres.
• Aumento da motilidade intestinal.
• Melhoria da autoestima, humor e qualidade de vida.
Portanto, não perca essa oportunidade e use o exercício para combater esse grande mal. Bons treinos!